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Irã diz que ainda não há planos de retomar negociações com EUA

g1.globo.com
Irã diz que ainda não há planos de retomar negociações com EUA

Teerã, 27 Jun 2025 (AFP) - O Irã afirmou nesta quinta-feira (26) que ainda não existe nenhum "plano" para retomar as negociações sobre o tema nuclear com os Estados Unidos, ao contrário do anunciado pelo presidente americano Donald Trump após a trégua que pôs fim a 12 dias de guerra entre Teerã e Israel.
O sexto ciclo de diálogos sobre o programa nuclear iraniano, previsto para 15 de junho com mediação do sultanato de Omã, foi cancelado devido ao conflito desencadeado dois dias antes pelo ataque israelense contra o Irã.
"As especulações sobre a retomada das negociações não devem ser levadas a sério", declarou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, na televisão pública. "Ainda não há nenhum plano para iniciar negociações", acrescentou.
Na véspera, Trump havia garantido que os Estados Unidos falariam "na próxima semana com o Irã" e, inclusive, mencionou a possibilidade de "assinar um acordo", sobre o programa nuclear de Teerã.
A República Islâmica defende o seu direito a desenvolver seu programa com fins civis e nega que deseja adquirir a bomba atômica como argumentou Israel para lançar sua ofensiva de 13 de junho.
O impacto dos repetidos ataques israelenses e dos bombardeios americanos de domingo contra suas instalações nucleares está agora sob discussão.
- Trump 'exagerou', diz Khamenei -Em sua primeira declaração desde o início da trégua, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Trump "exagerou" o impacto de seus ataques contra as instalações iranianas de Fordo, Natanz e Isfahan.
Os Estados Unidos "não ganharam nada" com seus bombardeios, estimou Khamenei, que celebrou em tom triunfal a "vitória" do Irã.
O aiatolá também afirmou que os iranianos deram uma "bofetada contundente" nos Estados Unidos e que Israel "quase colapsou" com os ataques lançados por Teerã.
A Casa Branca acusou nesta quinta Khamenei de tentar "salvar as aparências". "Vimos o vídeo do aiatolá, e quando se tem um regime totalitário, é preciso salvar as aparências", declarou sua porta-voz Karoline Leavitt.
No entanto, mais tarde, o chanceler iraniano Araghchi qualificou como "importantes" os danos nas instalações nucleares de seu país.
Também explicou que seus especialistas estavam realizando "uma avaliação detalhada dos danos" e que seu governo iria discutir uma forma de "exigir uma indenização" por eles.
Trump garante que as instalações iranianas bombardeadas ficaram "totalmente destruídas" e que o Irã não pôde retirar preventivamente as reservas de urânio que estavam lá armazenadas.
"Teria levado tempo demais, seria muito perigoso, pesado e difícil de mover!", assegurou ele nesta quinta em sua plataforma, Truth Social.
Mas alguns especialistas estimam que é possível que o Irã tenha retirado parte de sua reserva de 400 quilos de urânio altamente enriquecido e a tenha escondido em algum lugar em seu vasto território.
De acordo com um documento confidencial do governo americano, revelado pela emissora CNN, o ataque não destruiu componentes fundamentais do programa nuclear iraniano, cujo desenvolvimento teria sido atrasado em alguns meses e não décadas, como Trump insiste em dizer.
A Casa Branca reconheceu que tal documento é autêntico, mas "totalmente equivocado".
O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, insistiu, nesta quinta-feira, em definir a operação como um "sucesso histórico" e atacou a mídia por questioná-lo.
"O presidente Trump criou as condições para pôr fim à guerra", reforçou durante uma coletiva de imprensa.
- Cooperação do Irã com AIEA chegou ao fim? -O Irã respondeu aos ataques dos Estados Unidos disparando mísseis contra Israel e uma base americana no Catar, antes da entrada em vigor do cessar-fogo.
Segundo o aiatolá Khamenei, o presidente americano busca minimizar o impacto do ataque iraniano contra a base aérea de Al Udeid, a maior instalação militar americana no Oriente Médio.
O programa nuclear iraniano foi objeto de várias rodadas de negociações entre os Estados Unidos e o Irã, iniciadas em abril, com a mediação de Omã, mas suspensas pela ofensiva israelense.
Antes da intervenção dos Estados Unidos, Israel havia lançado centenas de ataques contra estas instalações e matado alguns dos principais cientistas responsáveis pelo programa nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) considera impossível calcular os danos e pediu acesso às instalações nucleares iranianas.
Essa agência da ONU "perdeu visibilidade" sobre as reservas de urânio enriquecido "desde que começaram as hostilidades", afirmou seu diretor-geral, o argentino Rafael Grossi.
O Conselho de Guardiões do Irã, órgão encarregado de garantir que a legislação se ajuste à Constituição, ratificou, nesta quinta-feira, um projeto de lei que suspende a cooperação com a AIEA.
O presidente da França, Emmanuel Macron, advertiu que uma saída do Irã do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) seria "o pior cenário" depois deste conflito.
Apesar das pressões ocidentais e das ameaças diretas dos Estados Unidos e de Israel, antes do conflito o Irã enriquecia urânio a 60%, próximo do nível de 90% necessário para produzir uma arma atômica.
Segundo o balanço oficial mais recente do Irã, que considera apenas as vítimas civis, a campanha militar israelense deixou 627 mortos e mais de 4.870 feridos.
Por sua vez, os mísseis e drones lançados por Teerã em retaliação mataram 28 pessoas em Israel, segundo as autoridades israelenses.
burs-ser/ami/meb/an/eg/dbh/arm/fp/jc/mvv/ic/rpr




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