Polícia do Amapá apreendeu ilícitos no carro em que 7 pessoas morreram; população contesta versão

Boletim indica que foram apreendidas armas, munições, drogas e dinheiro na ocorrência. Material foi apresentado no Ciosp do Pacoval. Cinco, das 7 pessoas mortas na operação foram identificadas. Ocorrência policial termina com vários mortos no Amapá
A Polícia Militar do Amapá informou em boletim de ocorrência que durante a operação em que 7 pessoas morreram na madrugada deste domingo (4), no bairro do Pantanal, na Zona Norte de Macapá, foram encontradas armas, munições, drogas e dinheiro, na vistoria do veículo em que as vítimas estavam. Através de comunicado oficial, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp), informou que o caso está sendo investigado com imparcialidade. (Veja nota oficial no fim da reportagem)
A Sejusp informou também que um dos mortos, é Erick Marlon Pimentel Ferreira, apontado pela polícia como liderança do tráfico de drogas na Zona Norte de Macapá e que possuía extensa ficha criminal.
Segundo a versão da polícia apresentada no boletim, foram apreendidos:
1 espingarda calibre 12 com numeração raspada, contendo 3 munições intactas;
1 pistola calibre .45 com numeração raspada, com 1 carregador e 1 munição intacta;
1 pistola calibre .40 de propriedade da Polícia Civil do Amapá com 4 munições intactas;
1 pistola calibre 9mm com 1 carregador;
1 revólver calibre .38 com 6 munições deflagradas;
1 revólver calibre .32 com numeração raspada, contendo 4 munições deflagradas;
1 revólver calibre .22 com numeração raspada, contendo 6 munições deflagradas;
90 porções de crack em pinos;
1 porção grande de cocaína;
1 porção grande de maconha;
1 porção grande de pedra (crack);
Valor de R$ 650 em espécie.
A ocorrência foi apresentada no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP) do bairro do Pacoval. O boletim apresentou ainda, a dinâmica de como aconteceu a ação policial.
Repercussão nas redes sociais
A população local questiona nas redes sociais a versão apresentada pela polícia sobre o caso. Alegam que não houve confronto e que o grupo voltava de uma partida de futebol quando foram atingidos pelos tiros. Perfis indicam ainda, que conheciam as vítimas e que elas não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.
Um dos mortos durante a ação policial era ex-atleta do Ypiranga Clube, time que atua no futebol profissional do Amapá. A instituição emitiu uma nota lamentando a morte de Wendel Cristian - não mencionado no boletim oficial - mas, que é apontado como um dos mortos na ocorrência. (Veja nota abaixo)
Ypiranga Clube do Amapá emitiu nota de pesar por falecimento de Wendel Cristian
internet
Outra instituição que se manifestou contra a conduta policial foi a Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB-AP). A instituição emitiu uma nota de repúdio em razão de uma advogada que estava no local da ocorrência em defesa de um dos mortos na ação, ter sido presa.
Sobre este caso, a OAB informou que a advogada foi algemada enquanto defendia os direitos de um cidadão. (Veja nota na íntegra abaixo)
"A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Amapá vem a público informar e esclarecer à população sobre os graves fatos ocorridos na madrugada deste domingo (04/05/2025), quando a advogada, membro da Comissão de Prerrogativas desta Seccional, foi detida e algemada enquanto defendia os direitos de um cidadão.
É importante que todos saibam que a prisão de um advogado só pode ocorrer em casos extremos de flagrante delito por crime inafiançável, como determina o Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). O uso de algemas também só é permitido quando há real perigo ou risco de fuga, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal.
Ressaltamos que os demais membros da Comissão de Prerrogativas estão acompanhando o caso desde a 1h da manhã deste domingo, oferecendo todo o suporte necessário à Advogada.
O Conselho Seccional foi convocado para uma reunião extraordinária onde serão definidas as medidas legais que serão tomadas em resposta à conduta dos policiais responsáveis por este ato.
A OAB-AP reafirma seu compromisso em defender não apenas os advogados, mas também os direitos de todos os cidadãos amapaenses. Quando um advogado é impedido de exercer sua função, é a própria justiça e o direito de defesa do cidadão que são violados.
Todo e qualquer abuso contra advogados no exercício de sua profissão será fortemente combatido por esta Seccional, pois defender as prerrogativas da advocacia significa defender o direito da população à justiça".
O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da PM para saber o motivo da prisão, mas, até o fechamento da reportagem, não obtivemos resposta sobre o assunto.
O que diz a polícia sobre a ocorrência
O boletim gerado informa que o carro em que o grupo estava, colidiu contra uma viatura da PM e no acidente, um policial que atuava de moto foi derrubado.
Após o acidente - segundo a versão da polícia - , os ocupantes do carro começaram a atirar contra os militares, colocando em risco a integridade física dos agentes, o que gerou o confronto entre as partes.
Ainda segundo o boletim, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro aos feridos e constatou a morte dos ocupantes do carro. O policial militar ferido também recebeu atendimento médico no local, através de uma ambulância do Corpo de Bombeiros do Amapá.
A Polícia Científica do Amapá (PCA) realizou os procedimentos periciais e a remoção dos corpos.
O documento traz ainda a identificação de 5 dos 7 integrantes do carro envolvido na ação:
Erick Marlon Pimentel Ferreira;
Thiago Cardoso da Fonseca;
Emanuel Braya Pimentel Ferreira;
Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro;
Cleiton Ramon da Silva Pereira.
Outros dois envolvidos não foram identificados até o fechamento desta reportagem.
Ainda sobre o assunto
Sete pessoas morreram em uma ação da Polícia Militar do Amapá no bairro do Pantanal, na Zona Norte de Macapá, na madrugada deste domingo (4). O caso é investigado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá, a Sejusp, para verificar se os policiais agiram dentro das normas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento de um intenso tiroteio em via pública (veja no início da reportagem). Os disparos teriam sido feitos por equipes da Polícia Militar do Amapá que atuavam na região.
A Sejusp confirmou as mortes de 7 pessoas e afirmou que se tratava de uma ocorrência após denúncia de tráfico de drogas que envolvia a presença de pessoas armadas.
Através de comunicado oficial, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp), informou que o caso está sendo investigado com imparcialidade.
O que diz o governo:
"Sobre ocorrência com resultado letal envolvendo ação policial em Macapá, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa:
1 - A ocorrência envolvendo equipes da Polícia Militar resultou nos óbitos de sete civis na madrugada deste domingo (4), na zona norte de Macapá.
2 – Como é feito em todas as ocorrências de intervenção policial, o caso já está sendo investigado com rigor e imparcialidade pela Polícia Civil. Se forem identificados excessos ou uso desproporcional da força, o Estado tomará todas as medidas cabíveis.
3 - A ação policial foi motivada por denúncia de tráfico de drogas e presença de indivíduos armados.
4 - Um dos envolvidos, identificado como Erick Marlon Pimentel Ferreira, possuía extensa ficha criminal e era apontado como liderança do tráfico na zona norte da capital amapaense. Outros dois suspeitos ainda estão sendo identificados.
5 - A Polícia Científica realizou a perícia no local da ocorrência. O resultado deste procedimento vai compor a investigação.
6 - A Sejusp reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a apuração dos fatos."
A Polícia Militar do Amapá informou em boletim de ocorrência que durante a operação em que 7 pessoas morreram na madrugada deste domingo (4), no bairro do Pantanal, na Zona Norte de Macapá, foram encontradas armas, munições, drogas e dinheiro, na vistoria do veículo em que as vítimas estavam. Através de comunicado oficial, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp), informou que o caso está sendo investigado com imparcialidade. (Veja nota oficial no fim da reportagem)
A Sejusp informou também que um dos mortos, é Erick Marlon Pimentel Ferreira, apontado pela polícia como liderança do tráfico de drogas na Zona Norte de Macapá e que possuía extensa ficha criminal.
Segundo a versão da polícia apresentada no boletim, foram apreendidos:
1 espingarda calibre 12 com numeração raspada, contendo 3 munições intactas;
1 pistola calibre .45 com numeração raspada, com 1 carregador e 1 munição intacta;
1 pistola calibre .40 de propriedade da Polícia Civil do Amapá com 4 munições intactas;
1 pistola calibre 9mm com 1 carregador;
1 revólver calibre .38 com 6 munições deflagradas;
1 revólver calibre .32 com numeração raspada, contendo 4 munições deflagradas;
1 revólver calibre .22 com numeração raspada, contendo 6 munições deflagradas;
90 porções de crack em pinos;
1 porção grande de cocaína;
1 porção grande de maconha;
1 porção grande de pedra (crack);
Valor de R$ 650 em espécie.
A ocorrência foi apresentada no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP) do bairro do Pacoval. O boletim apresentou ainda, a dinâmica de como aconteceu a ação policial.
Repercussão nas redes sociais
A população local questiona nas redes sociais a versão apresentada pela polícia sobre o caso. Alegam que não houve confronto e que o grupo voltava de uma partida de futebol quando foram atingidos pelos tiros. Perfis indicam ainda, que conheciam as vítimas e que elas não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.
Um dos mortos durante a ação policial era ex-atleta do Ypiranga Clube, time que atua no futebol profissional do Amapá. A instituição emitiu uma nota lamentando a morte de Wendel Cristian - não mencionado no boletim oficial - mas, que é apontado como um dos mortos na ocorrência. (Veja nota abaixo)
Ypiranga Clube do Amapá emitiu nota de pesar por falecimento de Wendel Cristian
internet
Outra instituição que se manifestou contra a conduta policial foi a Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB-AP). A instituição emitiu uma nota de repúdio em razão de uma advogada que estava no local da ocorrência em defesa de um dos mortos na ação, ter sido presa.
Sobre este caso, a OAB informou que a advogada foi algemada enquanto defendia os direitos de um cidadão. (Veja nota na íntegra abaixo)
"A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Amapá vem a público informar e esclarecer à população sobre os graves fatos ocorridos na madrugada deste domingo (04/05/2025), quando a advogada, membro da Comissão de Prerrogativas desta Seccional, foi detida e algemada enquanto defendia os direitos de um cidadão.
É importante que todos saibam que a prisão de um advogado só pode ocorrer em casos extremos de flagrante delito por crime inafiançável, como determina o Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). O uso de algemas também só é permitido quando há real perigo ou risco de fuga, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal.
Ressaltamos que os demais membros da Comissão de Prerrogativas estão acompanhando o caso desde a 1h da manhã deste domingo, oferecendo todo o suporte necessário à Advogada.
O Conselho Seccional foi convocado para uma reunião extraordinária onde serão definidas as medidas legais que serão tomadas em resposta à conduta dos policiais responsáveis por este ato.
A OAB-AP reafirma seu compromisso em defender não apenas os advogados, mas também os direitos de todos os cidadãos amapaenses. Quando um advogado é impedido de exercer sua função, é a própria justiça e o direito de defesa do cidadão que são violados.
Todo e qualquer abuso contra advogados no exercício de sua profissão será fortemente combatido por esta Seccional, pois defender as prerrogativas da advocacia significa defender o direito da população à justiça".
O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da PM para saber o motivo da prisão, mas, até o fechamento da reportagem, não obtivemos resposta sobre o assunto.
O que diz a polícia sobre a ocorrência
O boletim gerado informa que o carro em que o grupo estava, colidiu contra uma viatura da PM e no acidente, um policial que atuava de moto foi derrubado.
Após o acidente - segundo a versão da polícia - , os ocupantes do carro começaram a atirar contra os militares, colocando em risco a integridade física dos agentes, o que gerou o confronto entre as partes.
Ainda segundo o boletim, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro aos feridos e constatou a morte dos ocupantes do carro. O policial militar ferido também recebeu atendimento médico no local, através de uma ambulância do Corpo de Bombeiros do Amapá.
A Polícia Científica do Amapá (PCA) realizou os procedimentos periciais e a remoção dos corpos.
O documento traz ainda a identificação de 5 dos 7 integrantes do carro envolvido na ação:
Erick Marlon Pimentel Ferreira;
Thiago Cardoso da Fonseca;
Emanuel Braya Pimentel Ferreira;
Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro;
Cleiton Ramon da Silva Pereira.
Outros dois envolvidos não foram identificados até o fechamento desta reportagem.
Ainda sobre o assunto
Sete pessoas morreram em uma ação da Polícia Militar do Amapá no bairro do Pantanal, na Zona Norte de Macapá, na madrugada deste domingo (4). O caso é investigado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá, a Sejusp, para verificar se os policiais agiram dentro das normas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento de um intenso tiroteio em via pública (veja no início da reportagem). Os disparos teriam sido feitos por equipes da Polícia Militar do Amapá que atuavam na região.
A Sejusp confirmou as mortes de 7 pessoas e afirmou que se tratava de uma ocorrência após denúncia de tráfico de drogas que envolvia a presença de pessoas armadas.
Através de comunicado oficial, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá (Sejusp), informou que o caso está sendo investigado com imparcialidade.
O que diz o governo:
"Sobre ocorrência com resultado letal envolvendo ação policial em Macapá, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa:
1 - A ocorrência envolvendo equipes da Polícia Militar resultou nos óbitos de sete civis na madrugada deste domingo (4), na zona norte de Macapá.
2 – Como é feito em todas as ocorrências de intervenção policial, o caso já está sendo investigado com rigor e imparcialidade pela Polícia Civil. Se forem identificados excessos ou uso desproporcional da força, o Estado tomará todas as medidas cabíveis.
3 - A ação policial foi motivada por denúncia de tráfico de drogas e presença de indivíduos armados.
4 - Um dos envolvidos, identificado como Erick Marlon Pimentel Ferreira, possuía extensa ficha criminal e era apontado como liderança do tráfico na zona norte da capital amapaense. Outros dois suspeitos ainda estão sendo identificados.
5 - A Polícia Científica realizou a perícia no local da ocorrência. O resultado deste procedimento vai compor a investigação.
6 - A Sejusp reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a apuração dos fatos."
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