Rússia rejeita 'ultimatos' para cessar-fogo com a Ucrânia: 'Inaceitável'

'Não se pode falar assim com a Rússia', afirmou o porta-voz da Presidência russa sobre pressão feita por Kiev e aliados. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que estuda participar das negociações entre os dois países, que pode ocorrer na quinta (15). Putin e Zelensky sinalizam que podem iniciar negociações diretas para tentar encerrar guerra
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters; Reuters/Alina Smutko
A Rússia afirmou que não irá aceitar os "ultimatos" que vem recebendo para aceitar um cessar-fogo de 30 dias com a Ucrânia, nesta segunda-feira (12).
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Durante sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, falou sobre a pressão internacional sobre o país, disse que o Kremlin deseja manter negociações "sérias" que levem à uma paz duradoura, mas não respondeu à proposta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião com Vladimir Putin.
"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia, não é apropriada. Não se pode falar assim com a Rússia", afirmou.
No sábado (10), com o fim do cessar-fogo de 3 dias imposto unilateralmente por Putin, Kiev e seus aliados pediram um cessar-fogo "abrangente e incondicional" de 30 dias a partir desta segunda-feira, o que eles consideram uma pré-condição para iniciar negociações de paz diretas.
"Deve haver um cessar-fogo. São necessários dois para desejar a paz e apenas um para desejar a guerra. Estamos vendo que a Rússia claramente quer a guerra", declarou a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, na data.
O presidente russo ignorou o ultimato, propondo negociações "diretas" e "sem condições prévias" entre Moscou e Kiev, a partir desta quinta-feira (15), na Turquia. Zelensky respondeu convidando Vladimir Putin a se encontrar com ele "pessoalmente" em Istambul.
Zelensky diz estar disposto a conversar pessoalmente com Putin
A repórteres, na Casa Branca, nesta segunda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou a possibilidade de participar das negociações caso elas aconteçam.
"Acho que podemos ter um bom resultado na reunião de quinta-feira na Turquia entre Rússia e Ucrânia. Eu estava pensando em voar para lá. Não sei onde estarei na quinta-feira. Tenho tantas reuniões, mas estava pensando em voar para lá. Acho que existe a possibilidade, se eu achar que as coisas podem acontecer", disse ele, que visitará a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Catar.
Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, uma reunião sobre essa proposta de trégua está prevista para a tarde desta segunda entre os líderes ucranianos e europeus.
Ataques continuam
Prédio de apartamentos em Kiev é atingido por um ataque de drone russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia em março de 2025.
REUTERS/Stringer
A companhia ferroviária da Ucrânia acusa a Rússia de um ataque com drones que feriu o maquinista de um trem de carga nesta segunda-feira (12), na região de Donestsk.
Segundo a agência de notícias Reuters, forças ucranianas registraram 108 drones lançados pela Rússia durante a madrugada.
“As propostas de trégua estão sendo ignoradas, os ataques hostis à infraestrutura ferroviária... continuam”, disse a Ukrzaliznytsia (Ferrovias Ucranianas) em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia já se estende há mais de 3 anos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou mensagens na rede Truth Social em que pressionou Zelensky a aceitar o diálogo oferecido por Putin mesmo sem cessar-fogo.
"Putin não quer um acordo de cessar-fogo, quer se encontrar na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim ao BANHO DE SANGUE. A Ucrânia deve concordar com isso IMEDIATAMENTE. Estou começando a duvidar que a Ucrânia fará um acordo com Putin. FAÇAM A REUNIÃO, AGORA", escreveu Trump.
Líderes europeus dão ultimato a Putin, com aval de Trump
Leia também:
Rússia lança ataque aéreo contra Kiev, diz prefeito da cidade;
Líderes europeus dão ultimato para Rússia aceitar trégua na guerra contra a Ucrânia
'Nós queremos paz', diz Lula quando questionado sobre visita oficial à Rússia em meio à guerra na Ucrânia
COMENTÁRIOS