Trump reafirma cessar-fogo após Israel e Irã trocarem ataques



“Israel não atacará o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e retornarão para casa, enquanto fazem um amigável ‘aceno de Avião’ para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor”, disse Trump em uma rede social.
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Ao mesmo tempo, Israel e Irã informam que estão monitorando o inimigo para responder a qualquer agressão.
Após Trump anunciar o cessar-fogo na noite de segunda-feira, Israel e Irã continuaram os combates. O Irã negou ter aceitado os termos do acordo, mas agora promete suspender as hostilidades.
Segundo as autoridades iranianas, Israel bombardeou o país na noite desta segunda-feira (24), assassinando “um grupo de compatriotas em um ataque brutal”.
A Guarda Revolucionária do Irã disse que revidou ao ataque com a 22ª onda de mísseis composta por 14 projéteis contra Israel na manhã desta terça-feira contra “centros militares e de apoio do regime sionista”.
Por sua vez, a Força de Defesa de Israel (FDI) informou que interceptou a maioria dos projéteis, mas reconheceu que mísseis caíram na cidade de Berseba, matando quatro pessoas. A FDI divulgou imagens de um prédio com a fachada toda destruída e equipes de resgate trabalhando.
O exército israelense confirmou que atacou o Irã na noite de segunda-feira.
“Caças da Força Aérea Israelense atingiram dezenas de alvos militares em Teerã durante a noite, mobilizando mais de 100 munições. Além disso, infligimos danos repetidos e severos à infraestrutura de fabricação [militar] em Teerã”, disse em comunicado.
O Irã informou que foram assassinados nos ataques contra Teerã dois líderes da Organização Basij, que é uma milícia paramilitar ligada à Guarda Revolucionária do Irã: o comandante de proteção de inteligência da Basij, Mohammad Taqi Yousefvand, e o general Meysam Rezvanpour, oficial adjunto de assuntos sociais da Basij.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Kartz, informou que instruiu os militares "a responder vigorosamente à violação do cessar-fogo pelo Irã com ataques poderosos", acusando o Irã de violar o cessar-fogo.
Já Trump disse que "ambos os países" violaram a negociação. Ao anunciar os termos do acordo, Trump disse que o Irã deveria suspender os ataques primeiro, dando a Israel algumas horas a mais para continuar bombardeando Teerã.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, disse na noite de segunda-feira que não havia qualquer acordo de cessar-fogo.
"No entanto, desde que o regime israelense cesse sua agressão ilegal contra o povo iraniano até as 4h, horário de Teerã, não temos intenção de continuar nossa resposta depois disso. A decisão final sobre a cessação de nossas operações militares será tomada mais tarde", disse, em uma rede social.
Entenda o conflito
Israel acusa o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, e lançou um ataque surpresa contra o país no dia 13, expandindo a guerra no Oriente Médio.
Neste sábado (21), os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan.
O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) vinha acusando o Irã de não cumprir todas as suas obrigações, apesar de reconhecer que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica.
O Irã acusa a agência de agir “politicamente motivada” e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.
Em março, o setor de inteligência dos Estados Unidos informou que o Irã não estava construindo armas nucleares, informação que agora é questionada pelo próprio presidente Donald Trump.
Apesar de Israel não aceitar que Teerã tenha armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950, tendo desenvolvido pelo menos 90 ogivas atômicas.
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