Wendel Cristian, ex-jogador do Ypiranga Clube, Trem e EC Macapá foi um dos sete mortos durante operação policial na madrugada de domingo (4), em Macapá. Polícia Civil abre inquérito para investigar 7 mortes em intervenção da PM, em Macapá
O jogador Wendel Cristian, de 21 anos, ex-atleta do Ypiranga Clube, Trem e EC Macapá foi um dos sete mortos na operação policial na madrugada de domingo (4), em Macapá. Segundo o boletim de ocorrência registrado pelos policiais, os disparos foram uma reação a um ataque a tiros realizado por ocupantes de um carro branco. Parentes, no entanto, contestam essa versão e dizem que as vítimas voltavam de uma partida de futsal. Segundo os familiares, os ocupantes do veículo retornavam de um jogo quando foram parados pelas equipes policiais no bairro do Pantanal. A ação gerou controvérsias e investigações sobre possíveis excessos cometidos pelos policiais envolvidos, que foram afastados.
Em nota, o Ypiranga Clube disse que Wendel foi vítima de uma falha que jamais deveria ter acontecido e que a partida feriu e revoltou o clube.
"O esporte está de luto. Perdemos mais do que um atleta — perdemos um jovem com futuro, com vida, com história. Que sua memória siga viva entre nós, como símbolo de tudo o que não pode se repetir", disse o clube.  “O meu filho não deve nada pra polícia e nunca foi metido com nada errado. Por que os policiais não pararam o carro e não revistaram o carro?! Porque meu filho anda com documento. O documento dele tava lá e ele não anda sem o RG dele. Vou querer justiça, porque foi meu filho único e tiraram de mim por uma crueldade”, disse Francimar Conceição, mãe do jogador.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que três das sete vítimas não tinham histórico criminal. Entre eles estava Max Dias Tolosa, de 14 anos, estudante do 9º ano na Escola Estadual Maria Neusa Carmo de Souza, na Zona Norte de Macapá.
Nas redes sociais, a escola informou que as aulas foram suspensas nesta segunda-feira (5). A Sejusp informou que o caso está sendo investigado com imparcialidade. Ainda segundo a pasta, os mortos na operação são:
Erick Marlo Pimentel Ferreira
Thiago Cardoso da Fonseca
Emanuel Braya Pimentel Ferreira
Wesley Jhonata Monteiro Ribeiro
Cleiton Ramon da Silva Pinheiro
Wendel Cristian Conceição Wanderley
Max Dias Tolosa, de 14 anos
Segundo a secretaria, Erick Ferreira era chefe do tráfico de drogas na Zona Norte de Macapá e possuía uma extensa ficha criminal. Não foi informado quais deles não possuem ficha criminal.
O governador Clécio Luís prestou solidariedade às famílias que perderam os filhos e lamentou o ocorrido. Disse ainda que está tratando o caso com máxima seriedade, transparência e rigor.
"De um lado, não permitiremos nenhum excesso. De outro, é fundamental que a população amapaense saiba que estamos enfrentando o crime organizado com firmeza e não podemos recuar um milímetro no combate à violência, sempre dentro da legalidade e com total intolerância a abusos”, disse o governador.  Ainda nesta segunda-feira, o procurador-geral de Justiça do Amapá, Alexandre Monteiro, informou que o Ministério Público vai criar uma comissão para apurar o caso.
“A Procuradoria-Geral vai baixar uma portaria, instituindo uma comissão formada por três promotores experientes na série criminal para apurar os fatos de uma forma isenta e imparcial. Eu acho que os órgãos de investigação irão fazer o seu juízo no momento correto, mas a instituição também se coloca à disposição daqueles que perderam seus entes queridos para que possam ser atendidos junto ao nosso centro de atendimento às vítimas”, disse o procurador-geral de Justiça.